domingo, 20 de julho de 2008

As estrelas brilham esta noite?

Pergunto ao meu coração
A cada dia que passa,
A cada noite que se arrasta,
Como vai ele de disposição.

Não sei já o que fazer
desta vida algo inconstante.
Quando me encontro assim,
neste permanente sofrer,
neste grave amanhecer
e perigoso anoitecer...
“As estrelas brilham esta noite,
ou terão caído na perdição,
perdido a luz hipnotizante?”,
pergunto ao meu coração.

Não costuma responder
à minha pergunta diária.
Não que seja importante,
é só para ouvir a minha voz.
Pois sei perfeitamente
como está ele de maré
a cada minuto que seja.
E sei-o de cor,
sinto-o, pressinto-o, prevejo-o
a cada dia que passa.

De dia faz por se sentir feliz,
ao escurecer, vão-se as suas forças.
Parece que a luz o faz viver,
a lua vem para o fazer sofrer,
e esta é regra sem excepção.
Tanto preso como livre,
tanto batendo por alguém
como sofrendo por ninguém,
cede sempre o meu coração
a cada noite que se arrasta.

Por agora está preso a outro,
mas esse outro não o sente.
Por isso, quer seja dia, tarde ou noite,
quer chova ou brilhe o Sol,
está o meu coração desesperado,
triste e alarmado,
sozinho e descontente,
sem amor, sem paixão.
E, então, sei eu, como sempre,
como vai ele de disposição.

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