terça-feira, 17 de junho de 2008

Como se perfurado por um tiro
ou atacado violentamente
está o meu coração.

Foi da noite para o dia
ou do dia para a noite,
nem sei.

Ignoro que tempo fazia,
não me lembro da cor, do momento,
apenas da magia
que logo se transformou em dor,
em solidão, em sofrimento.

Com frequência surge
no meu pensamento
a pergunta que todos fazem,
a que aparece, vadia,
em ocasiões de desalento.

A que se inicia com “Porque”,
termina em “assim”,
pelo meio “tem de ser”.
E logo que acabo de a fazer
o céu começa a escurecer
e o meu coração... Ai de mim!

Sei que acabarei por concluir
que mais vale ser feliz,
pelo menos, lutar por sê-lo,
do que viver desta maneira
entre aqui e ali
sem saber por onde ir.

Até alcançar esse ponto
está a minha vida mal conduzida,
a minha paixão, perdida.
A minha alegria, descontente.

A suave maresia
que me alumiava o coração
há-de reaparecer algum dia,
há-de me devolver o espírito,
há-de me estender a mão
e eu hei-de agarrá-la
firmemente, ferozmente
como sempre agarrei.

Sei que em breve encontrarei
a felicidade que me foi tirada
da noite para o dia
ou do dia para a noite,
nem sei.